Foto: Divulgação |
O Centro Integrado de
Atendimento Psicossocial da Defensoria Pública do Estado (CIAPS) promoveu na
terça-feira, 5, na Central de Atendimento Defensora Diva Costa, uma reunião com
o deputado estadual, Capitão Samuel, e representantes da Secretaria Municipal
da Saúde.
O objetivo, segundo a
coordenadora e psicóloga do CIAPS, Syrlene Besouchet, foi buscar soluções para
ampliar a assistência aos viciados em drogas lícitas e ilícitas. “Precisamos
encontrar uma saída para ajudar não somente os viciados que recorrem à
Defensoria Púbica, mas também muitos que estão nas ruas abandonados a mercê da
própria sorte. A droga hoje é como um câncer que precisa ser tratado no início,
senão leva a morte”, disse.
De acordo com Syrlene, o
CIAPS atende em média 7 a 8 casos por dia. “Cumprimos o nosso papel que é
conseguir uma internação para aqueles que vêm pedir ajuda à Defensoria, mas
infelizmente o Estado e município não dispõem de clínicas de tratamento
especializadas. Não se pode tratar um viciado fazendo apenas uma desintoxicação,
ou seja, um paliativo, pois eles vão e a queixa da família é que eles não
retornam ao tratamento. É preciso ter estrutura física e funcional para dar
continuidade ao processo e fazer com que esse indivíduo não retorne ao vício do
Crack e outras entorpecentes”, ressaltou.
O coordenador da
Estratégia de Redução de Danos da Secretaria Municipal de Saúde, Wagner
Mendonça de Moraes, destacou as ações do Centro de Atenção Psicossocial da
Prefeitura de Aracaju (CAPS) e apontou algumas dificuldades com a falta de
verbas. “Temos uma equipe multiprofissional com psicólogos, enfermeiros,
assistentes sociais e outros profissionais trabalhando articulados com a
família e, quando necessário o cuidado hospitalar, encaminhamos ao hospital.
Todos os serviços são subfinanciados e a quantidade de dinheiro que recebemos
ainda é aquém dos custos. Outro ponto é a formação dos profissionais, ou seja,
interação entre a equipe e profissionais não capacitados, além do preconceito e
desconhecimento que são inerentes na comunidade em geral. Outra questão é a
reinserção no mercado de trabalho, por isso, a volta para casa fica bem
difícil”, apontou.
Para Wagner Mendonça, a
Defensoria é uma instituição de extrema importância na garantia dos direitos
das pessoas. “A Defensoria é um espaço para garantia dos direitos, trazendo
debates e possibilitando que as pessoas de vários segmentos se encontrem para
discutir várias questões inerentes à sociedade. A partir desta ação, espero que
a gente tenha mudanças, por isso, é fundamental o que a instituição vem
realizando”, destacou.
O deputado estadual,
Capitão Samuel, disse que é preciso uma interação dos órgãos para acabar com o
mal que assola a família brasileira. “É preciso o comprometimento e
envolvimento não só da Defensoria Pública, mas também do Ministério Público,
Comissão de Segurança da Assembléia, Governo, prefeitura, entre outros, pois
esse problema é de todos. Não temos que ficar de braços cruzados e deixar a
solução cair do céu. A iniciativa da Defensoria está sendo importante para
agregar valores e pessoas na busca da solução e na construção de uma política
pública. Não acredito naquela política feita em gabinete e depois jogada para a
população. Esse papel da Defensoria é fundamental, uma vez que é uma instituição
ligada diretamente a classe carente”, afirmou.
Ainda, segundo o
deputado, há uma deficiência nos recursos, projetos e integração dos Centros
que trabalham com drogados. “É preciso uma união das secretarias de Ação
Social, Esporte e Educação. Que o prefeito e governador entendam que esse é um
mal que está acabando com a família brasileira. Já está mais do que na hora dos
governos criarem projetos para construção de clínicas públicas para o combate
das drogas, pois eles têm dinheiro para isso. Tem que ter também uma política
integrada com campanhas publicitárias para que os pais acordem para esse mal”,
salientou.
O gestor e coordenador
do Escritório de Projetos da Defensoria, Marco Antonio, afirmou que a situação
dos envolvidos em drogas é grave. “A situação dos viciados não deve ser tratada
de forma individualizada, mas sim através da integração de todos os agentes
envolvidos, pois não adianta pensar sozinho e apenas a longo prazo. Existem
paradigmas que devem ser quebrados e todos têm que se somar nessa iniciativa da
Defensoria. Nós, que estamos no dia a dia, atendemos pais que foram agredidos
por filhos drogados, entre outras situações graves. Precisamos ajudar as
famílias que estão sendo destruídas pelas drogas”, conclamou”.
A reunião contou com a
presença do membro do Conselho Superior e defensor público, Antonio Carvalho da
Cunha; das psicólogas do CIAPS, Catharina Miranda, Éricka Henriques e Cláudia
Melo; dos representantes dos CAPS da Prefeitura Municipal de Aracaju, Ellen
Dayane, Patrícia Silva, Claudine Carneiro e Raquel Souza; dos representantes da
Secretaria Municipal de Saúde, Wagner Mendonça e Karina Ferreira; do gestor
Marco Antonio; do deputado estadual, Capitão Samuel e da assistente social do
CIAPS, Manuela Silva.
Por Ascom /
Defensoria Pública de Sergipe
0 Comentários
Deixe aqui seu comentário!