Pediatria alerta sobre acidentes domésticos

Foto: Wikipédia

Para que as férias escolares não virem o pesadelo dos adultos, os pais precisam redobrar os cuidados com as crianças. É pensando dessa forma que a Unidade Pediátrica Drº José Machado de Souza, do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), faz um alerta aos pais para redobrar a atenção no período de férias, pois a mudança de rotina, sem atividade escolar, desperta para a utilização do momento vago nas mais variadas brincadeiras.
O contato com medicamentos e produtos químicos, que podem causar intoxicação e queimaduras, provoca muitos acidentes. O mesmo vale para tanques e vasos sanitários sem a devida fixação no chão, que podem levar à lesões abdominais e ferimentos graves. Mas a cozinha é o ambiente de maior risco para acidentes envolvendo crianças. Objetos cortantes e talheres, fogão, produtos de limpeza, entre outros materiais, podem causar graves acidentes com crianças.
De acordo com a coordenadora da Pediatria, Cristiane Barreto, alguns casos são campeões em atendimento no pronto socorro da unidade. "Se desligar um pouquinho da criança, ela já vai fazer traquinagem. Intoxicações, traumas, quedas, queimaduras, aspiração ou ingestão de corpo estranho, a exemplo de brinquedos e pequenos objetos, são alguns dos casos mais frequentes que chegam aqui no pronto socorro", explicou.
A enfermeira e gerente do pronto socorro infantil, Rejane Nunes, orienta que um adulto supervisione as brincadeiras dos pequenos. "É muito importante ter sempre um adulto por perto para orientar nas brincadeiras ou sugerir alternativas mais tranquilas para as crianças. Uma boa leitura, um divertido desenho na televisão ou jogos educativos são ótimas opções para a brincadeira", sugeriu Rejane.

Casos

Brincando com os primos na frente da casa, no município de Japoatã, o que parecia inofensivo se tornou um problema. O menino JG, de 11 anos, estava correndo com os amigos e primos quando escorregou e acabou quebrando o fêmur. A mãe do jovem disse que o susto foi grande. "Ele está de férias da escola e reuniu os primos e amigos para passar o dia em casa. Ele estava brincando na porta e foi tudo rápido. As férias dele acabaram mais cedo, agora vai ficar quietinho só assistindo televisão", disse a mãe.
O caso da jovem FC, de 10anos, foi diferente e poderia ter um final ainda mais triste. De férias escolares, a jovem foi a um passeio na praia de Pirambu com a família. Na hora do banho de mar a família descuidou e ela acabou entrando no mar sozinha. “Fui só para o rasinho, mas tinha um buraco bem próximo e a onda me puxou, fiquei desesperada e pedi socorro a um rapaz que estava próximo a mim e quando vi estava com a perna quebrada. Foi um susto muito grande e eu poderia ter outro fim”, explicou.
Já para LS, 12 anos, cair de um jenipapeiro (árvore que dá o fruto jenipapo) não foi nada doce como a fruta. “Fui colher alguns jenipapos maduros que estavam no pé e não observei na descida que tinha pisado em uma galha muito fina que partiu. A queda foi feia, sofri uma fratura de fêmur e não quero nem saber mais de subir em árvore, meu negócio vai ser jogar bola”, enfatizou o garoto.

Estatísticas

Dados da Unidade Pediátrica apontam que, em janeiro de 2012, foram registradas 3.457 internações na pediatria. Dessas, 15 foram traumas e 5 crianças vítimas de queimaduras durante as férias escolares. Nos seis primeiros dias deste ano, já foram registrados 500 atendimentos, destes cinco fraturas, dois traumatismo crânio encefálico (TCE) e 2 vítimas de queimaduras.
A coordenadora da unidade faz um alerta para que essas estatísticas diminuam e chama a atenção ainda que acidentes infantis podem ser evitados com atitudes de prevenção. "Muitos lugares na casa merecem atenção especial como a cozinha onde acontecem esbarrões nas panelas e queimaduras. Envenenamentos por ingestão de remédios, produtos de limpeza, inseticidas e outros venenos. Esses produtos devem estar tampados e guardados em locais fechados. As tomadas devem ser tampadas com dispositivos adequados de segurança, as janelas dos apartamentos devem estar com redes de proteção ou grades", orientou.

Por Agência Sergipe de Notícias / ASN

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