Foto: EBC |
Pesquisadores
do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) concluíram que, entre os
estudantes incluídos ao Cadastro Único (CadÚnico), os que recebem Bolsa Família
têm 11% a menos de chance de repetirem de ano, se comparado aos cadastrados que
não recebem benefício pelo programa.
Para
se chegar a esse resultado, os pesquisadores do Ipea, Luis de Oliveira e Sergei
Soares, realizaram um paralelo entre os
dados de três bases administrativas – CadÚnico, Projeto Frequência e Censo
Escolar – e concluíram haver “evidências de que o Programa Bolsa Família reduz
a repetência de quem o recebe”, revela a pesquisa.
Enquanto
o Bolsa Família é focalizado nas famílias do CadÚnico com renda de até R$ 140
por pessoa, o cadastro inclui um conjunto bem maior de famílias, com renda de
até meio salário mínimo por pessoa (R$ 339 atualmente) ou de até 3 salários
mínimos no total (R$ 2.034). Assim, com mais de 1,2 milhão de casos analisados,
a pesquisa aponta indícios de que o benefício do Bolsa Família eleva a taxa de
aprovação entre crianças que, em geral, estavam nas famílias mais pobres do
cadastro.
Os
autores ressalvam que, por trabalharem com dados de registros administrativos
sujeitos a falhas de preenchimento e de qualidade, seus resultados devem ser
mais interpretados em termos de direção do que por suas magnitudes.
Crianças
cadastradas cujos responsáveis completaram pelo menos o ensino fundamental têm
chance 32% menor de repetir, enquanto os domicílios menos favorecidos tendem a
abrigar os estudantes com piores resultados. Na contramão dessa tendência, o
benefício de renda, condicionado à frequência escolar, “tem ajudado essas
famílias a garantir melhores condições para seus filhos”, explica a pesquisa
realizada.
Eles
esperam que o contínuo aperfeiçoamento do CadÚnico e do Censo Escolar
possibilite estimativas cada vez mais precisas, mas afirmam haver evidências
suficientes para sustentar que o Bolsa Família aumenta as chances de aprovação
de seus beneficiários.
Bolsa Família
O
Programa Bolsa Família é um programa de transferência direta de renda que
beneficia famílias em situação de pobreza e de extrema pobreza em todo o País.
O Bolsa Família integra o Plano Brasil Sem Miséria, que tem como foco de
atuação os 16 milhões de brasileiros com renda familiar per capita inferior a
R$ 70 mensais, e está baseado na garantia de renda, inclusão produtiva e no
acesso aos serviços públicos.
O
Bolsa Família possui três eixos principais focados na transferência de renda,
condicionalidades e ações e programas complementares. A transferência de renda
promove o alívio imediato da pobreza. As condicionalidades reforçam o acesso a
direitos sociais básicos nas áreas de educação, saúde e assistência social. Já
as ações e programas complementares objetivam o desenvolvimento das famílias,
de modo que os beneficiários consigam superar a situação de vulnerabilidade.
Os
valores dos benefícios pagos pelo Bolsa Família variam de acordo com as
características de cada família – considerando a renda mensal da família por
pessoa, o número de crianças e adolescentes de até 17 anos, de gestantes,
nutrizes e de componentes da família.
Por Ipea
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