Heleno Silva vive a mesma situação que Orlandinho quando foi Prefeito em Canindé de São Francisco

Cânion do Xingó em Canindé do São Francisco
(Foto: Fernando Novaes)_
A eminência na queda significativa na receita do município em relação aos royalties pagos pela CHESF foi anunciada pelo Prefeito Heleno Silva e bastou tal informação para que a sociedade começasse, aos pouco, fazer especulações sobre o que pode acontecer e onde serão cortados gastos na máquina pública. 
A primeira ideia que ocorre se dá no campo da folha de pagamento. Já existe até especulação de redução de salários e demissões, aliás, uma preocupação que vem crescendo num município onde a carência de emprego é, talvez, o principal desafio de qualquer gestor. Até agora o Prefeito não emitiu um parecer em relação às reduções e até já existe reunião com os Secretários para tratar do assunto. Deve-se aguardar antes de especular, porém, é certo que hão de vir. 
A madrasta CHESF, que nada faz pelo município em termos de viabilizar desenvolvimento humano e social, pois até o Projeto Xingó foi fechado e os royalties são direitos constituídos pela Carta Magna, anunciou a redução onde Canindé perderá a quantia de 25 milhões devido o nível baixo da água e com isso a conseqüente diminuição de geração de energia. Quanto mais se gera mais se paga e vice versa. 
Em um cálculo que podemos fazer, observando como base a redução anunciada de 25 milhões em 2015, acharemos o valor mensal da perda de R$ 2.083,33 milhões ao mês. Logo esse valor, R$ 2.083,33, corresponde a mais de 60% do que a Folha de Pagamento da Prefeitura Municipal destina aos funcionários em geral. A Prefeitura Municipal não poderá “mexer” em direitos adquiridos dos funcionários Efetivos. A conta ficará para Comissionados e contratados. É ai que reside a preocupação e também a dor de cabeça de Heleno Silva que já afirmou que ira fazer de tudo para não perder os 25 milhões e já conta com o apoio de Jackson Barreto para ir até Brasília e quem sabe reverter. Tudo isso em uma época de campanha, Justificar não surtirá efeito. 
Na gestão de Orlando Porto de Andrade houve a mesma situação e Orlandinho teve que mexer” com Brasília e pedir apoio em Sergipe do ex-governador Albano Franco que ajudou. Foi uma luta intensa mais ganhou. Agora a situação se repete e poderemos ter o mesmo clima. Outras reduções devem ser fatiadas por serviços em setores da gestão e sabe-se lá o que pode acontecer porque existe situações e “situações”. É cortar na carne mesmo e o efeito não será bom além de que as “cicatrizes” geradas pela situação nunca desaparecem. O dilema de Heleno Silva é: lutar para não perder os 25 milhões ou aceitar e fazer os cortes e pagar um preço que certamente lhe trará resultados políticos negativos. 
Canindé de São Francisco que é apelidada por Frei Enoque como a “Holanda do Sertão” na verdade é um município que sem a CHESF nem existiria e muito menos teia a importância que hoje desponta no cenário brasileiro em termos turismo porque uma coisa puxa a outra. Na verdade temos uma sociedade carente do que Prefeitura Municipal possa fazer por seus filhos e, de quando em quando, u caminhão de mudança com famílias de até oito pessoas chegam em Canindé para tentar a sorte porque aqui foi alardeado, irresponsavelmente, que “Canindé tem, Canindé pode”. A mídia deu fusão e hoje temos uma sociedade crescente que vive sem emprego onde muitos tentam a vida nas firmas deixando suas famílias para labutar o pão de cada dia. Depois que a cidade subiu a tivemos como administradores os ex-prefeitos Jorge Luiz administrava o município (4 anos), passou por Francisco Fernandes Feitosa (4 anos), vieram Delmiro de Miranda Britto (3 meses) e Hortência Carvalho (35 meses ou 3 anos e 10 meses), Genivaldo Galindo e Rosa Maria (8 anos), Orlandinho (8 anos) e há exatos 14 meses de gestão do Prefeito Heleno Silva e até agora Canindé é totalmente dependente da CHESF e parcos recursos do Projeto Califórnia, comercio local com pouca expressão para emprego e uma agropecuária parca. 
A geração de emprego não vieram nos governos passados e na atual gestão existe a ideia de pensamento de criação do Distrito Industrial de Canindé de São Francisco que até já tem nome: Antônio Duarte Dutra, aliás, muito merecido por ser este Senhor um grande visionário que aqui chegou por volta de 1970 e gerou emprego na região. Depois de Antônio Duarte Dutra e o antigo Coronel Francisco Porfírio de Britto “Dr. Chico Porfírio”, aliás, fundador de Canindé de São Francisco nos idos de início de 1.800, século XIX, nada mais surgiu, em termos de empresários. Parece que a intenção é viver da máquina pública mesmo. 
Se a tão sonhada geração de emprego ainda não aconteceu em Canindé que cresce a cada dia e, ao que parece, Heleno Silva passará por dificuldades de convencimento para sensibilizar indústrias que queiram se implantar aqui, é certo afirmar que a geração de emprego está vindo de carro de boi e que a CHESF continuará sendo madrasta por muito tempo, mesmo que seja a verdadeira justificativa para que Canindé de São Francisco seja o que é, em termos de referência no turismo e como a “Holanda do Sertão” dita por Frei Enoque. 

Por Adeval Marques, de Canindé do São Francisco

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